terça-feira, 4 de março de 2014

Portela usa tecnologia em desfile empolgante sobre a história do Rio

Drone no formato de águia sobrevoou a Sapucaí em voo surpreendente.
Aspectos políticos, culturais e arquitetônicos do Rio estiveram na avenida,

Do G1, em São Paulo
 
Fotos do desfile da Portela (Foto: Editoria de Arte/G1)

Na tentativa de quebrar um jejum de 29 anos sem títulos no Grupo Especial, a Portela decidiu abordar o passado, o presente e o futuro da cidade do Rio de Janeiro em um meticuloso desfile. A maior campeã do carnaval carioca entrou na avenida às 3h desta terça-feira (4) com 3.800 componentes e impressionantes 41 alas, sete alegorias e três tripés. O enredo "Um Rio de mar a mar: do valongo à Glória de São Sebastião" foi apresentado em tons azuis, e com muito branco e dourado (veja mais de 40 fotos do desfile da Portela).

Muitas escolas trouxeram inovações tecnológicas nas alegorias, com painéis de iluminação e acrobacias com artistas profissionais de vários lugares do mundo. A escola de Madureira, porém, surpreendeu com um drone, um veículo aéreo tripulado remotamente. No formato da águia, símbolo da escola, o drone sobrevoou todo o sambódromo. A tecnologia também foi aplicada na iluminação, sonorização e articulação dos carros.

Sob a direção do carnavalesco Alexandre Louzada, o desfile foi abrangente e atual. A Portela foi a única escola a fazer uma alusão, ainda que breve, às manifestações que tiveram início em junho de 2013 em São Paulo e reverberaram por todo o país, em especial na capital fluminense. "Eu vou da revolta da chibata / ao sonho que faz passeata / seguindo a canção triunfal", cantou o samba.

Além da abordagem política, a cultura, a comunicação e a arquitetura foram outros pontos de vista que permearam a história contada pela agremiação azul e branco. Sempre, é claro, mencionando um dos maiores determinantes da cidade: o mar. A comissão de frente começou como a própria história do Rio: em um embate travado por franceses e portugueses no Litoral. A águia voltou a aparecer 21 vezes no carro abre-alas, que tentou trazer um tsunami à Sapucaí, e uma 22ª águia, representando o sonho de conquistar o 22º título neste ano.

Diversas alas mostraram a transformação da cidade, após a chegada da família imperial, e o período em que ela cresceu com o status de capital do país, por meio da história da Avenida Rio Branco, construída no início do século passado com o nome de Avenida Central.

Entre essas mudanças mereceram destaque as fantasias em alusão à fundação de diversos jornais e estações de rádio. No aspecto cultural, o desfile abordou os orixás, o balé, a música, a literatura e o cinema, com um grande e contagiante carro alegórico representando a Cinelândia. Duas alegorias reproduziram edifícios imponentes dessa época: o Teatro Municipal, inaugurado em 1909, e o Palácio Monroe, que foi demolido em 1976.

A história política da avenida teve seu próprio setor, a começar por uma ala representando a repressão policial durante a ditadura militar, incluindo um tanque militar. Os comícios a favor das eleições diretas e, em seguida, pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, foram lembradas em alas com as cores do Brasil. Elas também imprimiram um brilho extra à penúltima alegoria, que foi simples e gradiosa. Batizado de "Desperta o gigante", o tripé mostrou um boneco enorme com movimentos expressivos do tronco, braços e olhos, rodeado de manifestantes que levantaram cartazes em prol da cidadania. A escola fechou o desfile da forma como abriu: fazendo uma homenagem às águas que rodeiam a cidade e ao sincretismo que a torna única, na esperança de retornar ao topo do Grupo Especial.
 

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